Refúgio
Guilherme Cossoul — Lisboa
17.04.2015 - 01.05.2015
Rafaela Nunes, 1991, Lisboa. Vive e trabalha no sopé da Serra da Arrábida. Licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa em 2013. Mestranda em pintura, Rafaela tem um profundo interesse por símbolos, fábulas, mitologias, lendas e os seus próprios sonhos. Inspirando-se neles, revela histórias e mundos escondidos em cada obra sua, sempre presente de uma fantasia desconhecida e meio lembrada.
As pinturas desta exposição são apresentadas como ideais de solidão: caminhos que devem ser percorridos apenas em nossa própria companhia. Ao findar esta jornada individual pela busca de respostas, o que apenas queremos é um lugar seguro, tranquilo e isolado de tudo. Um refúgio onde possamos processar o que a nossa alma apropriou-se e levará por toda vida.
No conjunto, as obras não proporcionam uma narrativa aparente. À ideia de viagem está intimamente ligada uma necessidade de fugir, de escapar. A ela associa-se frequentemente um destino final ideal: uma utopia ou um não-lugar. Esta utopia é elaborada pelo viajante em fuga que, não tendo já terras por explorar, nem caminhos novos por trilhar, revê os seus sonhos e fantasias na jornada que enfrenta — uma amálgama de simultânea familiaridade e estranheza; algo íntimo, mas alheio, que nos atrai e desconforta.
O viajante coloca-se no limiar entre a clareira da selva, o dia e a noite, a terra do cosmos, a casa de nenhures. Ele perde-se num novo mundo transcendente, torna-se anónimo e refugia-se noutros lugares ainda por mapear.
— Letícia de Melo, Abril de 2015